Toda essa violência está atormentado os sofridos moradores deste bairo,onde os Agostinianos Recoletos atendem a paróquia e possuem uma casa religiosa, o seminário.
També as visitas domiciliares que a equipe do Lar Santa Monica realiza na área tem sido dificultada pela violência e pelo medo que gera. Agora é muito difícil transitar pelas favelas dos morros de areia, porque os traficantes colocaram portões nas ruas para impedir o livre acesso. A Polícia Militar não sobe lá. Os conflitos são resolvidos pelo batalhão de choque (RAIO) da PM que implanta as suas tropas na área, quando solicitado pela polícia civil ou militar.
Não é difícil encontrar buracos de balas nas casas dos moradores. Eles mesmos confessam que já não é mais possível colocar as cadeiras nas ruas pela noite para tomar um ar fresco, pois têm medo. Os traficantes passeiam pelas ruas do bairro com as suas pistolas na mão.
Esta é a triste realidade da vida cotidiana e é também o que confirmam as estatísticas. De onde é que nasce tanta violência? Certamente de um complexo de fatores: falta de educação, de espiritualidade, de oportunidades ... e em todos os casos, na base, a desigualdade social, ou, se você preferir, a injustiça social.
A ONU acaba de publicar um estudo sobre os assentamentos humanos em que o Brasil -uma das maiores economias do mundo - aparece no número quatro na lista dos países mais desiguais da América Latina, atrás apenas da Guatemala, Honduras e Colômbia.
Além disso, o estudo cita a cidade de Fortaleza: é a segunda cidade, atrás somente de Goiânia, mais desigual de toda a América Latina, e também a cidade com o menor PIB por pessoa.
Sinceramente, às vezes temos vontade de sair correndo. Menos mal que ainda escutamos no Evangelho: “Avancem para águas mais profundas e lancem as redes”... as águas da favela, da violência, da pobreza, da desigualdade... e aí estamos, em nome de Jesus, pescando e resgatando o homem por inteiro, e são somente sua alma.
Recomendamos a leitura de:
Na terra do Real: Fortaleza desigualdade social
http://ultimasonline.com/opiniao/29-opiniao/1626-na-terra-do-real-fortaleza-bela.html
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