Simulação de um atendimento psicológico |
Muitas
vezes ao olharmos para um desenho feito por uma criança,
dizemos que lindo, olha falta isso, será que não é melhor desse jeito...
O que
os adultos não compreendem, é que muitas crianças e adolescentes podem retratar suas dores, angústias, alegrias, sofrimentos,
através da expressão livre de um desenho.
Professores,
pais, educadores podem ajudar e muito quando verificar que nos
desenhos apresentados nas aulas de artes, nas brincadeiras com os irmãos ou no
desenho livre aparecem vestígios ou sinais que podem indicar presença de algo
não comum, como retrato da violência.
É
muito importante perguntar para a criança ou para o adolescente, quem são
aquelas pessoas, que lugar é esse que aparece no desenho..., PEDIR
UMA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA A PARTIR DO QUE ESTÁ SENDO MOSTRADO...
Esse momento lúdico não tem intenção de ser terapêutico ou investigativo, é apenas uma oportunidade de abrir espaço para que uma criança ou adolescente que esteja passando por momento de violência dentro ou fora de casa, possa se sentir encorajado a pedir ajuda.
Os demais profissionais e familiares, uma vez que se percebem uma situação que necessite de intervenções ou investigações, devem pedir ajuda a profissionais, entidades ou órgãos especializados no combate a violência contra crianças e adolescentes.
Muitos
ao se deparar com desenhos um tanto quanto diferentes, dizem “como
essa criança é criativa, ou como tem a imaginação fértil...Tudo isso é
ponto de interrogação, o momento é de se perguntar o que essa criança quer
expressar “FANTASIA OU REALIDADE”.
Os desenhos
nas avaliações psicológicas é um instrumental muito valioso, crianças e
adolescentes vitimas principalmente de violência sexual, não conseguem
relatar com precisão os momentos traumáticos (uma vez que ao
narrá-los, elas revivem essa angústia e a dor e se repete a violência). Assim
sendo, o profissional da psicologia utiliza esse procedimento para identificar
questões e situações não manifestadas pela criança e ou adolescente.
A
técnica dos desenhos pode facilitar um ambiente de confiança e abertura
para o diálogo, pois o momento lúdico propicia uma diminuição
nos sentidos de alerta e reservas. No atendimento com jogos, desenhos,
e outros materiais interativos propiciam através do brincar a abertura para liberar
os traumas de uma forma menos dolorosa.
Nos acompanhamentos psicológicos no Lar Santa
Mônica, a psicóloga nas sessões
individuais (onde cada criança/adolescente é atendida uma vez por semana), utiliza as ferramentas lúdicas, como os jogos e a técnica do desenho. Os
desenhos feitos pelas meninas acompanhadas no Lar são impactantes!
Nem todo material por questão ética pode ser divulgado,
porém a profissional através da autorização das autoras, liberou
cinco desenhos ao qual revela o medo, a raiva, a
indignação das crianças frente as violência sofridas.
O acompanhamento psicológico oferecido
pelo Lar
Santa Mônica propicia um espaço de acolhida, abertura, dignidade,
respeito
e segurança para que a criança e ou adolescente se sinta
segura e livre para falar de seus sofrimentos e curar suas feridas.
Desenho 01: Criança
de 10 anos vitima de violência
sexual cometida pelo padrasto. Ela o retrata como um demônio que toda noite vinha
ao seu quarto (reforça os detalhes dos chifres e a região genitália). Uma criança quando é vitimizada, aos poucos
perde a identidade e a dimensão corporal, isso justifica a falta de detalhes no
corpo, não tem mãos, pés e outros traços... Foram colocados efeitos acima da
cabeça da menina para não identificar o nome...
Desenho 02:
Adolescente de 14 anos vitima de
violência sexual cometida pelo pai, dois primos e um tio. Ela retrata sua fuga
desesperada em busca de ajuda fora de casa (a violência acontecia na própria
casa da vitima). Os agressores, cada um a seu tempo, a ameaçavam de formas diferentes. Mais uma vez
a vitima se retrata como uma pessoa não completa falta os braços e as mãos.
Desenho 03: Criança de
07 anos vitima de violência sexual
cometida pelo pai. Ela retrata os momentos de dor e angústia quando o pai
tapava sua boca para não pedir socorro e ameaçava matar mãe e irmãos. No desenho o desespero aparece através das
lágrimas.
Desenho 04: criança
de 06 anos vitima de violência
sexual cometida pelo padrasto. Ela retrata como ele a deixa depois de cometer a
violência (trancada em um espaço piturujo - ou seja, pequeno). A
falta de detalhes nos desenhos, nesse caso pode se caracterizar pela pouca
idade.
Desenho 05:
Adolescente de 14 anos vitima de
violência sexual cometida pelo pai durante
quatro anos. Este desenho retrata a falta de autoestima, a desvalorização
e sentimento
de culpa que essa adolescente tinha. Ela retrata os pais como monstros, pois a mãe
sabia e a acusada de ser a culpada, a sedutora, quem
procurava o macho da casa. Ela se retrata como uma cobra, palavra com
que a mãe se dirigia a ela.
Desenho
06: Criança de 10 anos
vitima de violência sexual cometida pelo padrasto
e acobertada pela mãe. Ela retrada o
desespero quando não aguentou mais e fugiu para pedir ajuda aos vizinhos e
amigas.
Lembramos: O AGRESSOR PODE ESTAR MAIS PRÓXIMO DO QUE
VOCÊ IMAGINA... TOME CUIDADO! PROTEJA! DENUNCIE!
Outras informações de interesse no site: http://www.quartodebebe.net/extra/noticias/desenhos-de-criancas-abusadas-sexualmente/
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