2º DIA –
02/08/2012
Hoje, o dia prometia! Cada noite
nos reunimos (com Luiza), para avaliar o dia e planejar o dia seguinte. Já percebemos
que os dias aqui vão ser muito intensos. Hoje nós começamos a entender o
que é o trabalho do Lar Santa Mônica, e seus programas de desenvolvimentos de
proteção a essas crianças e adolescentes.
No início da manhã saímos do CEU para
entrar nas ruas movimentadas dos bairros da periferia da cidade de Fortaleza.
De longe vimos os luxuosos arranha-céus da turística Fortaleza. No
entanto, passamos por ruas estreitas, casas pequenas, uma ao lado da outra, com
muitas pessoas na rua que ficavam olhando para nós. Sobretudo, havia muitas crianças, descalças, que
nos observavam com os olhos grandes...
Depois de algum tempo, chegamos ao nosso destino. Foi quando
o nosso coração começou a ficar apertado. Conhecemos uma adolescente de 15
anos de idade, da mesma idade de Paula(voluntária adolescente), com UM
olhar triste e perdido, olhando para baixo e falando com uma voz
tímida. Vitima da violência doentia das
pessoas que tem a coragem que cometer atrocidades com crianças e adolescentes,
somente para satisfazer seus impulsos sexuais.
É
incrível que, sem entender a língua pudéssemos ver e sentir a raiva e a impotência
nas lágrimas de sua tia, quando contou a história.
Foi
tremendo (incrível), quando a equipe do Lar Santa Mônica fez o convite para ela
vir morar no abrigo, a resposta foi
rápida e firme: Sim, eu quero!
E
assim foi... Pegou seus poucos pertences
em dois sacos, e se colocou muito bonita, com roupas novas e sapatos que sua
tia comprou e logo entrou na "kombi" conosco.
Ao
longo do caminho lhe perguntávamos como estava, e ela respondia que bem, porém
ao dizer-lhe que parecia triste, nos falou que estava preocupada com seus
irmãos que ficaram em casa.
Aqui
aparece uma vez mais a "magia" do Lar Santa Monica,
pois existe a preocupação com as
meninas, mas também com suas famílias, seja para ajudar a situação da
dependência química, moradia ou miséria, juntamente com o cuidado de outros
membros da casa, especialmente se eles são crianças e adolescentes. Por
isso, ao dizer-lhe que na próxima semana a equipe iria visitar sua família e verificar a situação dos irmãos, ela se acalmou.
Foi maravilhoso ao
entrar no CEU com ela. Íamos explicando-lhe: aqui é a casa do Sol Nascente, aqui as Dorotéias ... e de repente ela nos cortou e diz: mas, no Lar tem bonecas? ! Imagina... com quinze anos e
perdeu toda a sua infância!
As meninas não
estavam no Lar porque se encontravam na escola, mas foi um privilégio ver como
todas as pessoas que trabalham aqui lhes davam as boas vindas. Quando chegaram
as meninas, foi impressionante observar com que enorme carinho a receberam.
O coração fica apertado frente a esta situação, que acreditamos que é
coisa de um filme, que os olhos te enganam.... Paula disse “ tranqüilas,
está menina já está a salvo no Lar Santa Monica.”
O dia foi muito mais
do que podia ser, mas por hoje creio que já contei o suficiente....
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