terça-feira, 7 de agosto de 2012

DIÁRIO DE BORDO DOS VOLUNTÁRIOS DA ESPANHA - 2º


2º DIA – 02/08/2012


Hoje, o dia prometia! Cada noite nos reunimos (com Luiza), para avaliar o dia e planejar o dia seguinte. Já percebemos que os dias aqui vão ser muito intensos. Hoje nós começamos a entender o que é o trabalho do Lar Santa Mônica, e seus programas de desenvolvimentos de proteção a essas crianças e adolescentes. 
No início da manhã saímos do CEU para entrar nas ruas movimentadas dos bairros da periferia da cidade de Fortaleza. De longe vimos os luxuosos arranha-céus da turística Fortaleza. No entanto, passamos por ruas estreitas, casas pequenas, uma ao lado da outra, com muitas pessoas na rua que ficavam olhando para nós.  Sobretudo, havia muitas crianças, descalças, que nos observavam com os olhos grandes...
Depois de algum tempo,  chegamos ao nosso destino. Foi quando o nosso coração começou a ficar apertado. Conhecemos uma adolescente de 15 anos de idade, da mesma idade de Paula(voluntária adolescente), com UM olhar triste e perdido, olhando para baixo e falando com uma voz tímida. Vitima da violência doentia das pessoas que tem a coragem que cometer atrocidades com crianças e adolescentes, somente para satisfazer seus impulsos sexuais.

É incrível que, sem entender a língua pudéssemos ver e sentir a raiva e a impotência nas lágrimas de sua tia, quando contou a história. 



Foi tremendo (incrível), quando a equipe do Lar Santa Mônica fez o convite para ela  vir morar no abrigo, a resposta foi rápida e firme: Sim, eu quero! 





E assim foi... Pegou  seus poucos pertences em dois sacos, e se colocou muito bonita, com roupas novas e sapatos que sua tia comprou e logo entrou na "kombi" conosco. 



Ao longo do caminho lhe perguntávamos como estava, e ela respondia que bem, porém ao dizer-lhe que parecia triste, nos falou que estava preocupada com seus irmãos que ficaram em casa.


Aqui aparece uma vez mais a  "magia" do Lar Santa Monica, pois existe  a preocupação com as meninas, mas também com suas famílias, seja para ajudar a situação da dependência química, moradia ou miséria, juntamente com o cuidado de outros membros da casa, especialmente se eles são crianças e adolescentes. Por isso, ao dizer-lhe que na próxima semana a equipe iria visitar sua família e verificar a situação dos irmãos, ela  se acalmou. 




Foi maravilhoso ao entrar no CEU com ela. Íamos explicando-lhe: aqui é  a casa do Sol Nascente, aqui as Dorotéias ... e de repente ela nos cortou e diz: mas, no Lar tem  bonecas? ! Imagina... com quinze anos e perdeu toda a sua infância! 



As meninas não estavam no Lar porque se encontravam na escola, mas foi um privilégio ver como todas as pessoas que trabalham aqui lhes davam as boas vindas. Quando chegaram as meninas, foi impressionante observar com que enorme carinho a receberam.
O coração fica apertado frente a esta situação, que acreditamos que é coisa de um filme, que os olhos te enganam.... Paula disse “ tranqüilas, está menina já está a salvo no Lar Santa Monica.”


O dia foi muito mais do que podia ser, mas por hoje creio que já contei o suficiente....

Nenhum comentário:

Postar um comentário