O jornal Diário do Nordeste publicou esta semana uma série de reportagens sobre tráfico/exploração sexual de mulheres brasileiras no exterior. Apresentamos um resumo desta matéria. As pessoas interessadas podem conferir no link no final da materia.
Em busca de um projeto de vida, elas saem do país.
Os sonhos fazem parte do imaginário das mulheres. Casar com um príncipe encantado, ter uma família, ser independente e conhecer outros países são os principais ideais delas.
Muitas, em busca de um projeto de vida, acabam se aventurando em uma mudança para o exterior. Elas só querem a oportunidade de uma vida melhor que não encontraram no Brasil. Um sonho que não foi posto, mas que vem de uma necessidade. Elas vão em busca de afeto, de auto-estima e de trabalho. Algumas poucas têm a sorte de encontrar um grande amor e conseguem o sucesso financeiro.
Mas tantas outras acabam indo atrás do sonho que nunca existiu e encontrando a violência, os maus-tratos, a humilhação e a prisão. E elas passam a engrossar a lista das estatísticas do tráfico, sobretudo para países europeus, como Itália, Espanha e Portugal. Daí, o mundo da Cinderela cai. As histórias são tristes, chocantes e se repetem. Muitas mulheres terminam sem chance de retomar suas vidas e, em algumas exceções, a solução chega seja por via judicial ou natural.
De acordo com o Censo 2010, no ano retrasado 7.213 mulheres migraram para outros países. E é para a Itália que elas mais vão. Foram 1.597 em 2010. Em segundo lugar está Portugal, com 989 mulheres que deixaram o Brasil por terras lusitanas.
A superintendente do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP), Andreia Costa, explica que o Estado vive uma realidade de pobreza e é nesse contexto que as propostas de ir para exterior surgem. "Quando elas aceitam, acabam contraindo uma dívida estrondosa com a rede criminosa. Algumas conseguem se prostituir sem cair numa organização de tráfico. O problema é quando elas são escravizadas. O tráfico é uma nova forma de escravidão de pessoas", destaca.
Apesar de algumas mulheres, imbuídas de um sonho, saberem que vão para exterior para trabalhar como prostitutas, em certas situações, elas não têm a exata noção do que terão de enfrentar em um país desconhecido. Quando traficadas, passam a viver em cárcere privado, têm documentos retidos e sofrem todo tipo de violência.
Mas isso pouco importa para essas mulheres desesperadas por realizar um projeto de vida que, para elas, vai dar uma vida mais digna para a família e filhos que deixam no Brasil.
O grande desafio para frear os casos de tráfico de mulheres é garantir uma situação sócio-econômica capaz de tirar delas a idéia de se aventurar numa ida a outro país.
Todos somos responsáveis: os políticos, a sociedade, as ONGs, as igrejas, etc. E todos deveremos contribuir para que estes e outros males do Brasil desapareçam. Quanto mais cresce a economia da “potencia” que é o Brasil, mais cresce a desesperança nos olhos dos pobres, das crianças, dos jovens, dos idosos... As jovens no Brasil não precisam sonhar com um príncipe encantado na Europa ou nos EE.UU. Elas tem direito a sonhar com ser “princesas” aqui, na terra delas. Isto passa pela melhora da educação nas escolas publicas, a criação de facilidades para estudar nas universidades publicas, uma justa distribuição da renda que chegará quando os salários sejam mais justos, a promoção da cultura, da ética e da religião, etc.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1091625
A materia em espanhol em: http://ayudafortaleza.blogspot.com/2012/01/chicas-brasilenas-en-el-extranjero.html
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1091625
A materia em espanhol em: http://ayudafortaleza.blogspot.com/2012/01/chicas-brasilenas-en-el-extranjero.html
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